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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Livro: "REINAÇÕES DE NARIZINHO"



Numa casinha branca, lá no sítio do Pica-pau Amarelo, mora uma velha de
mais de sessenta anos. Chama-se dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na
varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu caminho pensando:
— Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto...
Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em
companhia da mais encantadora das netas — Lúcia, a menina do narizinho
arrebitado, ou Narizinho como todos dizem.
Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca e já
sabe fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos.
Na casa ainda existem duas pessoas — tia Nastácia, negra de estimação que
carregou Lúcia em pequena, e Emília, uma boneca de pano bastante desajeitada de
corpo. Emília foi feita por tia Nastácia, com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão
lá em cima que é ver uma bruxa. Apesar disso Narizinho gosta muito dela; não
almoça nem janta sem a ter ao lado, nem se deita sem primeiro acomodá-la numa
redinha entre dois pés de cadeira.
Além da boneca, o outro encanto da menina é o ribeirão que passa pelos
fundos do pomar. Suas águas, muito apressadinhas e mexeriqueiras, correm por
entre pedras negras de limo, que Lúcia chama as “tias Nastácias do rio”. 
Todas as tardes Lúcia toma a boneca e vai passear à beira d’água, onde se
senta na raiz dum velho ingazeiro para dar farelo de pão aos lambaris.
Não há peixe do rio que a não conheça; assim que ela aparece, todos acodem
numa grande faminteza. Os mais miúdos chegam pertinho; os graúdos parece que
desconfiam da boneca, pois ficam ressabiados, a espiar de longe. [...]

                                         FIM!

GENTE ESSA É UMA ÓTIMA HISTÓRIA PARA SE LER E APRECIAR! BEIJOS!

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